"How to train your dragon" (Como treinar seu Dragão) é a mais nova animação em computação gráfica criada pelos mesmos caras de "Kung Fu Panda" e "Shrek". O filme conta a história de Soluço, um jovem Viking que, ao invés de se tornar um caçador de dragões como manda a tradição, acaba fazendo amizade com um deles (o carismático, Fúria da Noite), o que muda completamente não só sua vida como também a dos membros de sua tribo.
Infelizmente, nem o básico da história é explicada no jogo, que não cita em nenhum momento os fatos ocorridos no filme e deixa o jogador - que não foi ao cinema - completamente perdido.
No game, seu objetivo é treinar dragões para usá-los em batalhas e se tornar o maior treinador da tribo. Para isso, você deve dar comida a eles, oferecer descanso, e tudo mais que é necessário para cuidar de todo bom bichinho. Outro ponto necessário é fazer com que os bichanos evoluam, e é aí que está a parte mais sacal do jogo: o treinamento.
Primeiro porque ele te obriga a ficar repetindo uns combos bestas várias vezes, que não respondem precisamente aos comandos e são completamente inúteis: na hora da batalha, basta ficar metralhando o botão de ataque que sem dificuldade você ganhará do oponente. Não há desafio, não há estratégia, só um “button-smash” sem parar.
E os problemas não param por aí, os gráficos são bem meia boca e as animações horrendas, típicas de um jogo amador. Outro ponto que faltou capricho foram as vozes, com pouquíssimas falas diferentes. Sem contar nos gigantescos loading times, que são inaceitáveis ainda mais para um jogo tão feio e mal feito.
Como se não bastasse, ainda tem algumas quests completamente sem graça na vila, que provavelmente foi uma forma da produtora Étranges Libellules aumentar a durabilidade da aventura. Mas isso tudo tem um motivo para acontecer: jogos baseados em filmes sofrem não só com o baixo orçamento, mas também possuem prazos apertadíssimos, sendo impossível aprimorá-lo em um curto período de tempo.
É só pegar o exemplo de "Batman: Arkham Asylum", que ao invés de ser apressado para aproveitar a onda de O Cavaleiro das Trevas, foi adiado até que o jogo ficasse realmente bom, e o resultado nós já sabemos: o jogo ganhou vários prêmios durante o ano.
Portanto, enquanto as produtoras insistirem em cometer o mesmo erro que a Atari cometeu com ET em, 1982, nós teremos que passar longe da maioria dos jogos baseados em filmes. O que é uma pena, pois eu adoraria conhecer mais o incrível universo que as criativas mentes da Dreamworks criaram, mas isso só vai acontecer se sair um segundo filme.
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